20/06/2008 11:56
Por: secovims

Maio é recorde em financiamento de imóvel


As condições econômicas favoráveis ao financiamento habitacional, com prazos de pagamento que chegam a 30 anos e juros em queda, levaram maio a ter o maior número de unidades financiadas em um mês (22.069), com recursos da poupança, dos últimos 20 anos.

Os dados são da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), que tem uma série histórica desde 2000 e estimou os números mensais anteriores pelos resultados anuais. Em valores, os R$ 2,27 bilhões contratados só perderam para o montante registrado em novembro. No acumulado do ano, as 95.956 unidades financiadas atingiram R$ 9,75 bilhões.

Para Luiz Antonio França, presidente da Abecip, não há sinais de desaceleração. "O aumento dos juros não tem impacto tão representativo na TR [Taxa Referencial], logo não haverá grande aumento na prestação", diz, referindo-se às duas elevações da Selic no ano.

A opinião é compartilhada por Teotônio Rezende, consultor da vice-presidência de governo da Caixa Econômica Federal. " A TR sofre impacto da Selic, mas é muito pouco." Para ele, mesmo se a taxa básica continuasse em declínio, os juros dos financiamentos teriam pouco espaço para cair, pois há casos em que os empréstimos com recursos da poupança já se aproximam daqueles com dinheiro do FGTS -8,16% ao ano mais TR para quem tem renda familiar de até R$ 4.900.

Nos primeiros cinco meses do ano, a Caixa financiou 75.273 unidades com recursos do FGTS, totalizando R$ 3,69 bilhões. O valor é apenas 21% maior que o de igual período do ano passado devido a problemas com os empréstimos concedidos em parceria com Estados e municípios e com operações de material de construção.

Um dos destaques do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre, a construção civil puxou o crescimento da indústria com alta de 8,8% ante o mesmo período de 2007. A alta foi a maior desde o segundo trimestre de 2004 (10,6%), considerando essa mesma base de comparação.

Para Adalberto Cleber Valadão, vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), o segmento imobiliário vem alavancando o setor, mas, a partir do segundo semestre e principalmente no próximo ano, haverá o impacto também das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Na avaliação do presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil), João Robusti, o crescimento no primeiro trimestre deste ano é muito mais significativo do que o do segundo trimestre de 2004 porque, neste último caso, a base de comparação era fraca. Uma preocupação para 2009 é o efeito do aumento dos juros. "O governo tem que rever essa política de gasto público e o estímulo ao capital especulativo."

O presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), Melvyn Fox, concorda que a alta dos juros é o único freio para o setor.

Na opinião do economista da FGV (Fundação Getulio Vargas) Paulo Gala, o governo deve anunciar, em breve, medidas para desacelerar a tomada de crédito. Como as elevações da Selic agravam a desvalorização do dólar, diz, as restrições seriam uma forma de combater o aumento da inflação sem piorar o problema cambial. Fonte: Folha de S. Paulo - 17/06/2008

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