Reúso de água traz benefícios para empreendimentos
A reutilização da água e a aplicação de sistemas de tratamento dos recursos hídricos em empresas e condomínios foi o tema de palestra realizada na 11ª reunião do Grupo Técnico de Trabalho – Meio Ambiente (GTT-MA), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizada nesta sexta-feira, 8 de maio, no Rio de Janeiro.
A engenheira da empresa Acquabrasilis, Sibylle Muller, abordou os principais aspectos da água de reúso no Brasil, exemplificando sobre como este recurso deve ser aproveitado. Sibylle explicou que, em muitas atividades, pode-se utilizar de água limpa que não seja potável, o que pode economizar os recursos hídricos e também financeiros. “Água serve para tudo, e água tratada está cada vez mais cara e escassa”, explicou a engenheira.
Segundo a palestrante, outros tipos de água podem substituir a água potável, desde que tratada – águas que na grande maioria dos casos são descartadas no esgoto comum. Dentre os tipos de água que podem ser tratadas adequadamente estão as chamadas “água cinza” (derivada de chuveiros e lavadoras de roupa) e “água negra” (derivada de vasos sanitários e cozinhas), as águas pluviais, as derivadas de drenagem do solo (lençóis freáticos superficiais) e as de captação de sistemas de ar-condicionado.
Sibylle reforçou a importância de fazer os tratamentos adequados a cada tipo de água. “Mesmo a água de chuva precisa ser tratada, pois carrega uma série de partículas do ar ou de superfícies por onde passa, que podem ser prejudiciais”, explicou.
Apesar do alto grau de investimento em sistemas de tratamento e armazenagem de água de reúso, o retorno é obtido em pouco tempo; em alguns casos, dentro de poucos meses. “É preciso levar em consideração vários aspectos do local para verificar a viabilidade do projeto, dimensionar o tamanho dos reservatórios e o tipo de sistema de captação”, disse Sibylle. “Mas o retorno sobre o investimento realizado é muito superior e traz garantias de melhores usos dos recursos hídricos e financeiros”, completou.
Segundo a assessora da CNC, Cristiane Soares, os usos destes sistemas no comércio podem ter impactos muito positivos. “Lavanderias, condomínios e concessionárias, por exemplo, podem ser grandes beneficiados e têm grande potencial de utilização desses sistemas de tratamento”, afirmou Soares. Ainda de acordo com Cristiane, a ausência de legislação que regulamente o uso e o tratamento da água podem vir a prejudicar o setor no futuro.
Para o diretor da CNC e vice-presidente da Fecomércio-SP, Marco Aurélio Sprovieri, o setor privado deve se aproveitar desses sistemas, por que “gera uma grande economia de recursos que podem ser utilizados em outros investimentos”. Sprovieri disse ainda que o poder público precisa agir com mais eficiência no tratamento e na captação da água, “sobretudo após essa grande crise que o País vivencia. Precisamos cuidar desse recurso cada vez mais precioso”.
A chefe da Assessoria de Gestão das Representações (AGR) da CNC e coordenadora do GTT-MA, Wany Pasquarelli, afirmou que está trabalhando, junto à Rede Nacional de Representações (Renar) para unir esforços nos estados e “fazer uma pressão cada vez mais forte no setor público para que haja ações mais eficientes em relação aos recursos hídricos e, assim, garantir o bom desempenho dos nossos associados”.
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