28/06/2012 13:27
Por: secovims

BC prevê inflação de 4,7% em 2012, acima do centro da meta


BRASÍLIA - O Banco Central (BC) passou a projetar que a inflação termine 2012 acima do centro da meta. A autoridade monetária calcula que a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fecharia o ano em 4,7%, na hipótese de a taxa básica de juros manter-se em 8,5% ao ano.

A projeção, divulgada nesta quinta-feira no Relatório Trimestral de Inflação, refere-se ao cenário de referência, que também leva em conta uma taxa de câmbio constante em R$ 2, nível que estava em 8 de junho.

No relatório anterior, divulgado em março, a inflação projetada para 2012 era de 4,4%, mas os parâmetros macroeconômicos eram outros. O cenário de referência desse documento levou em consideração a meta de taxa Selic do momento, tendo como hipótese a taxa de juro básico constante em 9,75% ao ano, 1,25 ponto percentual acima do que foi considerado no novo relatório. O documento de março também considerava manutenção da taxa de câmbio em R$ 1,75.

Pelos dados divulgados hoje, a inflação ficaria acima do centro da meta, que é de 4,5%, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em todos os trimestres deste ano. A projeção de inflação acumulada em 12 meses parte de 5% no segundo trimestre, reduz para 4,6% no terceiro e volta a subir para 4,7% no quarto trimestre.

Pelo cenário de referência, a projeção para o primeiro trimestre de 2013 se encontra em 5,2%, cai para 5% no segundo e volta a subir para 5,1% no terceiro. No quarto trimestre, a projeção volta a cair para 5%.

Para os dois primeiros trimestres de 2014, a projeção situa-se em 5,1%.

De acordo com esse cenário, a probabilidade de que a inflação ultrapasse o teto (6,5%) da meta em 2012 é muito pequena, apenas de 3%. A probabilidade de o número ficar acima do limite em 2013 é de 18%.

As projeções do IPCA que constavam no relatório de março para este ano eram de 5% (segundo trimestre) e 4,4% (terceiro e quarto trimestres). Para 2013, as estimativas eram de aumento para 4,9% no primeiro trimestre, 5% no segundo e 5,2% no terceiro, terminando o ano neste patamar.

Cenário previsto pelo mercado

Caso câmbio e juros se comportem dentro das trajetórias projetadas pelo mercado na pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será de 4,7% em 2012, de acordo com as previsões do Relatório Trimestral de Inflação.

Para o fim de 2013, a utilização dos parâmetros macroeconômicos do chamado cenário de mercado mostra inflação em 4,9%, dentro do intervalo de tolerância da meta do governo, cujo limite superior é de 6,5%. A projeção é a mesma do cenário de referência, no qual o BC toma como hipótese que não fará novos cortes da taxa básica de juros no horizonte considerado. Para 2013, a projeção do cenário de mercado é ligeiramente inferior ao do cenário de referência (5%).

A autoridade monetária considerou as projeções colhidas junto a instituições participantes da pesquisa Focus no dia 8 de junho. Nesse cenário de mercado, a meta da taxa Selic chega a dezembro deste ano em 8% ao ano. Para 2013, a taxa básica de juros é estimada em 8,92% ao ano. Para o segundo trimestre de 2014, as expectativas indicam taxa Selic de 8,93% ao ano. A taxa de câmbio, por sua vez, estaria em R$ 1,92 no fim deste ano e em R$ 1,88 no fim de 2013.

Pelas estimativas do cenário de mercado, a variação do IPCA no segundo trimestre de 2012 será de 5%. Em seguida, a projeção é de redução para 4,6% e 4,7% no terceiro e quarto trimestre, respectivamente. No primeiro trimestre de 2013, a projeção encontra-se em 5,1%, cai para 4,9% no segundo, sobe levemente para 5,% no terceiro trimestre e encerra o ano em 4,9%. Para os dois primeiros trimestres de 2014, a projeção situa-se em 5,1%.

No relatório de março, as projeções de 2012 eram de 5% (segundo trimestre), 4,4% (terceiro) e 4,5% (quarto). Para 2013, os números eram de 5% (primeiro trimestre), 5,1% (segundo), 5,4% (terceiro) e 5,2% (quarto).

De acordo com o relatório divulgado hoje, a probabilidade de o teto da meta ser ultrapassado é de apenas 1% em 2012 e de 20% em 2013.

(Murilo Rodrigues Alves e Mônica Izaguirre | Valor)

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