03/04/2012 10:36
Por: secovims

Mais Selic, menos inflação

O mercado dá como certo mais um corte da taxa Selic no dia 18 de abril, seguida de estabilidade prolongada que deve antecipar a retomada do ciclo de alta do juro básico em 2013. Mas um estudo especial do Banco Central sobre mecanismos de transmissão da política monetária pode mexer com essas expectativas.

No Relatório de Inflação do primeiro trimestre, o BC reafirma que existem defasagens importantes no mecanismo de transmissão da política monetária para a atividade e preços e exatamente por esse motivo, a implementação da política monetária deve ter foco no futuro.

Debruçados sobre esse estudo, os economistas Fernando Honorato Barbosa e Terence de Almeida Pagano, da Bradesco Asset Management, chegaram à conclusão de que são elevadas as chances de que a alta de juros no ano que vem será pequena ou mesmo inexistente se outras medidas de ajuste eventualmente substituírem o aumento do juro – em tese necessário para combater uma inflação provavelmente crescente no país.

Os economistas ponderam que o BC mostra, no “box” do Relatório de Inflação, que seu modelo preferido – para avaliar a eficácia e a defasagem da transmissão da política monetária – aponta que a inflação perde 0,60 ponto percentual em cinco trimestres para cada 1,0 ponto percentual de elevação na taxa Selic.

Portanto, para trazer a inflação de 2013, estimada em 5,3%, para o centro da meta seria necessário um pouco mais do que 1,0 ponto de alta do juro básico, afirmam os economistas. “Como há incerteza nas projeções e, além disso, o BC pode eventualmente fazer uso de medidas macroprudenciais, nossa visão é que essa elevação de juros, se ocorrer, deverá ser gradual e ter início apenas no segundo trimestre do próximo ano”, concluem.

fonte: valoreconômico.com
por: Angela Bittencourt Seção: política monetária

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