Folga na inflação
O resultado do IPCA-15 de março, em alta de 0,25%, surpreendeu positivamente o mercado e criou uma “folga” na inflação no primeiro trimestre. O índice acumulado nesse período chegou a 1,44%, 0,43 ponto percentual abaixo da marca de 1,90% projetada pelo Banco Central (BC) para o IPCA no Relatório de Inflação divulgado em dezembro.
“O resultado foi bom e, desta vez, não há poréns”, afirma Luis Otavio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, que não identificou “nenhum ponto fora da curva que poderia ser o responsável pela surpresa para baixo”.
O economista explica que os núcleos do IPCA-15 vieram surpreendentemente baixos e o resultado dos serviços, se não pode ser considerado tranquilizador, uma vez que 0,51% anualizado representa uma inflação de 6,3%, também não pode ser classificado como ruim, principalmente porque mostrou uma desaceleração razoável com relação ao mês anterior, mesmo expurgado do impacto das mensalidades escolares.
Embora a abertura do índice não aponte um grupo “responsável” pelo resultado animador de março, Leal destaca dois itens – alimentação fora do domicílio e aluguel residencial – que ajudaram na queda do IPCA-15 e pertencem ao sempre preocupante grupo de serviços.
Por conta do IPCA-15 de março, Leal, a exemplo de outros economistas, decidiu rever para baixo a projeção de IPCA deste mês. Esse ajuste levaria a inflação ao fim do primeiro trimestre a cerca de 5,40% no acumulado em 12 meses – 0,50 ponto abaixo do esperado pelo próprio BC em dezembro do ano passado.
O Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Anbima também cortou sua projeção para o IPCA deste mês, de 0,45% para 0,37%. Mas, para abril, a expectativa se mantém mais forte, mostrando leve declínio de 0,52% para 0,51%.
fonte: Há 1 hora e 22 minutos 0 Postado por: Angela Bittencourt Seção: Inflação
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