Setor imobiliário negocia com governo segunda fase do Minha Casa,
O setor imobiliário já negocia com o governo o lançamento de uma segunda fase do programa Minha Casa. Minha Vida. O presidente do Sindicato da
Habitação de São Paulo (Secovi-SP), João Crestana, afirmou nesta terça-feira que a meta do programa habitacional, que prevê a construção de um milhão de casas populares, é insuficiente para sanar o déficit habitacional do Brasil, que pode chegar a 8 milhões de moradias.
“O Minha Casa, Minha Vida é o primeiro passo de uma política habitacional que deve ser permanente. Isso não é iniciativa para um governo, mas para o Estado”, disse Crestana.Segundo ele, o governo ainda não confirmou que lançará uma segunda fase do programa, mas a expectativa do sindicato é que essa decisão saia “em breve”.
No ano passado, a Caixa Econômica aprovou empréstimos para a construção de 275 mil moradias dentro do orçamento do Minha Casa, Minha Vida. A expectativa do Secovi é que os recursos para o programa se esgotem antes do fim do ano, no mês de setembro. Mas 1 milhão de casas dificilmente estarão prontas até o fim do ano. “Há condição para contratar 1 milhão de casas no programa, mas boa parte delas não será construída em 2010”, diz Crestana.
A construção de casas no segmento econômico é uma tendência crescente na construção civil, segundo o Secovi. Em 2009, a venda de imóveis residenciais novos de dois dormitórios cresceu 21%, enquanto houve uma redução de 24% na venda de imóveis de quatro dormitórios.
Reformulações no programa
O Secovi fará uma reunião nesta quinta-feira para discutir sugestões de mudanças no Minha Casa, Minha Vida para serem apresentadas ao governo federal. Uma delas é a elevação do limite de renda do programa para evitar distorções por conta do aumento do salário mínimo. “Algumas variáveis são atreladas a renda e não ao número de salários do consumidor. Com o reajuste, algumas pessoas que antes poderiam participar do programa podem não se adequar mais ou mudar para uma faixa de renda maior”. O Minha Casa, Minha Vida financia casas populares para a população com renda familiar entre zero a dez salários mínimos, divididos em três faixas de renda, com condições diferenciadas de crédito.
Outra sugestão em discussão é a alteração do valor limite do imóvel financiado em São Paulo. As incorporadoras afirmam que sentem dificuldade em construir imóveis de baixo valor no Estado, porque os terrenos têm custos mais altos em São Paulo do que na maioria dos municípios de outras regiões. No Estado, apenas 26% da meta de construção de imóveis para a população com renda entre zero e três salários mínimos foi contratada, ante 42% na média nacional. Fonte: Último Segundo - 23/02/10
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