Copa estimula lançamentos de imóveis para estrangeiros


Empreendimentos compactos e perto da Praia como o Studio Iracema são a aposta de construtoras como a Engexata para compradores de outras nacionalidades foto: juliana vasquez

Faltando pouco mais de quatro anos para Fortaleza subsediar a Copa do Mundo, as construtoras já começam a apostar no evento de 2014 lançando empreendimentos focados no público estrangeiro.

Para este ano, de acordo com a vice presidente (Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis do Ceará (Secovi-CE), Maria Lúcia Forti, há a perspectiva de alta de 13% nas vendas de unidades residenciais na Capital, em relação ao resultado alcançado pelo setor em 2008 - ano que teve o seu último trimestre prejudicado, com o estouro da crise financeira internacional.

"Deste crescimento de 2009, os estrangeiros influenciaram com 5%. A época boa de comprar imóveis para investir é agora, embora acredito que não vá haver superfaturamento no valor de mercado", comenta Maria Lúcia Forti.

Já em 2010, a perspectiva é de um incremento de 15% a mais nas vendas no comparativo com o resultado deste ano.

Perspectiva de valorização
Os estrangeiros, sobretudo europeus, que há muito vêm investindo em Fortaleza atraídos pela proximidade geográfica (6 horas de voo de Lisboa, por exemplo), pelo destino de sol e mar e pelo custo de vida relativamente menor do que em seu continente e em outras cidades do Brasil, agora, veem em Fortaleza um motivo a mais para aplicar seu dinheiro: o desenvolvimento econômico da Capital, o que gera perspectiva de valorização nos imóveis.

"Esse ano, o mercado está muito aquecido e, com a crise na Europa, o foco voltou para o Brasil, principalmente o Nordeste", frisa o vice presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon/CE), André Montenegro.

Do tipo compacto
É de olho nesse forte nicho que construtoras como a Engexata Engenharia, apresentam ao mercado empreendimentos com unidades compactas, como o Studio Iracema, onde cada apartamento possui 48 m².

O edifício de 23 pavimentos lançado neste ano, já tem cerca de 50% de seus 93 apartamentos vendidos e a expectativa é de ser entregue até dezembro de 2010. Situado em área nobre da cidade (próximo ao mar e ao Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura), as unidades podem ser negociadas a partir de R$ 170 mil.

A grande maioria, segundo o gerente Comercial da Engexata, Rosemberg Feitosa, foi adquirido por compradores de Portugal, Itália, Espanha e Suíça.

"Foram poucos os brasileiros que compraram. Apenas algumas pessoas das cidades de São Paulo, Belém e Manaus", explica Rosemberg.

"Há de fato uma valorização por conta da Copa. Muitos já estão comprando na expectativa de investir. A área da praia de Iracema também deve ser bem valorizada por conta do anúncio do Acquario Ceará [que o Governo do Estado pretende inaugurar até o fim do próximo ano no local onde abrigou o antigo prédio do Dnocs", completa o gerente da Engexata. Ele observa que este tipo de imóvel para passar férias continua sendo o mais procurado, por ter custo menor de manutenção e condomínio mais acessível ao bolso. "Também é mais fácil de alugar por temporada", acrescenta Rosemberg.

No entanto, o gerente da Engexata ressalta que europeus costumam ser um público bastante exigente no quesito qualidade do investimento feito.

"Eles exigem que o local seja seguro. No acabamento, só querem porcelanato. Nada de cerâmica. E a vista para o mar é primordial", emenda.

Câmbio ajuda
Na hora de optar pela compra de uma segunda residência no Nordeste brasileiro, sobretudo na capital cearense, o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis no Ceará (Creci/CE), Armando Cavalcante, lembra que a diferença do câmbio é senão o principal fator de definição.

"Os estrangeiros compram imóveis de preços diversos, de R$ 250 mil a R$ 1,2 milhão (transformando em reais, na cotação atual vai de 97 mil euros a 464 mil euros)", informa Cavalcante. "Hoje, além da Praia de Iracema e do Meireles, esse público passou a investir em imóveis de outros lugares, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), como Aquiraz, Eusébio, Cumbuco e Porto das Dunas", completa o presidente do Creci/CE. Fonte: Diário do Nordeste - 26/11/09