Bradesco financia em 30 anos
O Bradesco anunciou, ontem, um conjunto de medidas para concessão de financiamentos imobiliários. A principal alteração foi o aumento do prazo máximo para aquisição da casa própria de 25 para 30 anos em todas as modalidades enquadradas no Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
A instituição comunicou ainda a redução da taxa de juros de 10% para 8,9% ao ano mais a Taxa Referencial (TR) para os contratos pós-fixados de imóveis novos ou usados com valor de avaliação de até R$ 120 mil, o que corresponde a uma taxa mensal de 0,7%, mais a TR.
Com a iniciativa, o Bradesco passa a ser o 3º banco no País, e o 2º entre as instituições privadas, a estender seu prazo de financiamento para compra de imóveis. O primeiro foi o Santander, em outubro de 2007, de 20 para 30 anos; e em seguida a Caixa Econômica, em maio do ano passado, aumentando de 25 para 30 anos.
Segundo Ademir Cossiello, diretor executivo do Bradesco, um conjunto de fatores contribuíram para que o banco efetuasse as mudanças na forma de concessão de empréstimos para aquisição de imóveis.
´A economia brasileira começa a apresentar sinais, se não de uma retomada consistente, mas pelo menos de melhora; esta também é uma forma de o banco contribuir para alavancar um setor importante como o da construção civil, na perspectiva de geração de empregos; essas medidas vão ao encontro ainda das necessidades do governo federal diante do lançamento de seu programa habitacional; sem contar que vem a colaborar para redução do déficit habitacional ainda existente no País´, destaca.
Outras modalidades
Outras modalidades de financiamentos pós-fixados também sofreram queda das taxas no Bradesco, entre elas a carteira de imóveis comerciais para pessoa física, que teve juros reduzido de 16,0% para 14,0% ao ano, mais a variação da TR.
Na carteira de imóveis residenciais com faixa de R$ 120 mil a R$ 500 mil a taxa caiu de 11,0% para 10,9% ao ano, mais a variação da TR.
Ainda de acordo com o banco, o comprador poderá financiar até 80% do valor de venda ou avaliação do imóvel, desde que o comprometimento máximo da renda líquida mensal não ultrapasse 30%. Com a adoção dessas medidas, Cossiello informa que o Bradesco não estabeleceu metas para o incremento da sua carteira de crédito, mas avisa que a instituição dispõe de recursos suficientes para atender a procura. ´Os recursos existem´, enfatizou o executivo.
Ele sinalizou ainda que as concessões devem melhorar no terceiro e no último trimestres deste ano para esta modalidade de empréstimo.
Nos últimos 12 meses, o Bradesco realizou financiamentos da ordem de R$ 5,1 bilhões em crédito imobiliário, o que corresponde a 40.880 unidades. No primeiro trimestre deste ano destinou R$ 654,6 milhões para a habitação, o que representou a aquisição de 5.307 imóveis. A instituição financeira não informou os números referentes ao crédito imobiliário no Estado do Ceará.
Caixa
Já a Caixa informa que bateu recorde nos financiamentos habitacionais no primeiro trimestre de 2009. Os recursos atingiram R$ 7 bilhões, valor 110% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. O saldo foi de R$ 49,2 bilhões, 9,1% maior do que em dezembro de 2008 e 45,2% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado. O destaque são as contratações com recursos da poupança (SBPE), com R$ 3,9 bilhões no trimestre, acréscimo de 217,6% em relação ao mesmo período de 2008. Já os financiamentos com recursos do FGTS chegaram a R$ 2,6 bilhões, 50,7% superior ao primeiro trimestre do ano passado. No Ceará, os números dos três primeiros meses do ano do banco apontam um grande crescimento em financiamentos imobiliários, com R$ 127,5 milhões, em 3.232 contratos. No mesmo período de 2008, a Caixa financiou no Estado R$ 46,3 milhões, em 985 operações. O destaque ficou com as contratações com recursos da poupança, R$ 77,4 milhões neste primeiro trimestre de 2009, contra R$ 19,8 milhões em 2008.
Já considerando os recursos do FGTS foram cerca de R$ 50 milhões em 2009, contra R$ 26,5 milhões em 2008. Fonte: Diário do Nordeste - 26/05/09
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