Venda de imóveis usados cresce 54,9% em SP
As vendas de imóveis novos e usados registraram crescimento no mês de fevereiro em São Paulo, o que dá indícios de recuperação do mercado imobiliário após o tombo nas vendas verificado no último trimestre de 2008, com o agravamento da crise. As vendas de imóveis usados cresceram 54,99% em todo o Estado de São Paulo, em relação a janeiro, enquanto as de imóveis novos tiveram alta de 39,8% na capital. As duas pesquisas foram divulgadas ontem pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) e pelo Secovi, o sindicato da habitação.
"A confiança do consumidor voltou", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP. Foram vendidos 1.026 imóveis usados em fevereiro. As vendas de imóveis usados em todo o Estado já haviam crescido 40,7% em janeiro, ante dezembro de 2008.
"Com a alta nas vendas de usados em fevereiro, o mercado já recuperou as perdas sofridas no último trimestre de 2008", afirma Viana Neto. As vendas de imóveis usados enfrentaram sucessivas quedas a partir de outubro do ano passado, quando os efeitos da crise financeira se tornaram mais palpáveis. O resultado de fevereiro também é melhor que o do mesmo período do ano passado, quando as vendas de imóveis usados cresceram 11,94% ante janeiro de 2008.
A capital foi a região do Estado que registrou maior alta: vendas 140,29% maiores, seguida de 55,43% no interior e 54,66%, na região da Grande São Paulo. No litoral, as vendas cresceram 23,91%. O mercado de locação também registrou alta: foram 3.514 imóveis alugados em fevereiro, alta de 47,64% em comparação com janeiro.
A pesquisa do Creci-SP, mensal, foi realizada com 1.656 imobiliárias em 37 municípios de todo o Estado. Segundo Viana, o resultado positivo em todo o Estado é anterior ao lançamento, em março, do programa "Minha Casa, Minha Vida" do governo federal, o que traz otimismo ao setor imobiliário em relação aos próximos meses. "A expectativa é que o mercado imobiliário se estabilize daqui para frente em patamares mais elevados e com os altos e baixos de sempre, característicos da sazonalidade."
CRÉDITO
Além do retorno da confiança do consumidor, Viana explica que a crise acabou beneficiando indiretamente o mercado de imóveis usados, já que a escassez de crédito para as construtoras trouxe uma redução nos lançamentos de imóveis novos. "Além disso, como os recursos para financiamento de habitação são provenientes, em sua maioria, da Caderneta de Poupança e do FGTS, não houve falta de crédito imobiliário para o consumidor."
NOVOS
No segmento de imóveis novos, fevereiro também foi um mês de recuperação segundo outra pesquisa, conduzida pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP. A venda de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo cresceu 39,8% ante janeiro e registrou resultados próximos aos obtidos nos meses de fevereiro de anos anteriores.
O volume vendido em fevereiro (1.556 unidades) ficou próximo do total comercializado em fevereiro de 2007 (1.565 unidades). É inferior quando comparado a fevereiro de 2008, que foi um ano de vendas aquecidas até o mês de agosto.
As maiores vendas foram de imóveis de dois dormitórios, que representaram metade do total negociado no mês de fevereiro. Já o nicho de três dormitórios ficou com fatia de 37,0%. Unidades de quatro dormitórios ou mais foram responsáveis por 13,1% das vendas.
"O mercado vive momento de boas perspectivas, em razão do lançamento do programa "Minha Casa, Minha Vida" e da ampliação de teto para crédito habitacional tabelado de R$ 350 mil para R$ 500 mil", avalia Alberto Du Plessis Filho, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Secovi-SP. Fonte: Estado de São Paulo - 28/04/09
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