11/02/2009 13:35
Por: secovims

Preço de imóvel ignora crise em BH


O historiador Diogo de Castro Oliveira acaba de vender um apartamento que comprou no Bairro Buritis em maio de 2008. O imóvel, comprado por R$ 130 mil, foi avaliado na semana passada por R$ 165 mil, uma valorização de 26% em oito meses. Quando resolveu passar seu imóvel adiante, Oliveira telefonou para o corretor que o ajudou a encontrá-lo pedindo uma nova avaliação. Fez isso porque acreditava que o valor do ativo tivesse sofrido uma redução a partir de setembro, quando as cortinas que encobriam o rombo financeiro mundial começaram a ser levantadas.

"Pensei que fosse perder dinheiro e me surpreendi. Minha expectativa é de que a crise iria derrubar os preços dos imóveis, mas isso não ocorreu", comemora. Outra surpresa veio quando, minutos depois de encerrar o telefonema, o corretor retornou a ligação afirmando que já tinha um comprador interessado no negócio, fechado menos de 24 horas depois. "Foi tudo muito rápido, o comprador visitou o apartamento e, no dia seguinte, pela manhã, assinamos o contrato. Eu acreditava que levaria muito mais tempo para vender", diz.

Estevão dos Mares Guia, diretor da construtora Tempo, também comemora a aquisição de um imóvel de 500 metros quadrados, que valorizou 50% desde o fim de 2007. O mesmo acontece com o empresário Roraldo Vaz de Melo, que comprou uma casa que valia R$ 230 mil em 2007 e que hoje custa mais de R$ 400 mil. Uma valorização de R$ 170 mil em pouco mais de um ano. De fato, nem a crise conseguiu derrubar os preços dos imóveis em 2008 e a tendência é que a valorização continue a ocorrer, embora de forma não tão intensa como nos dois últimos anos.

O que muda é que, agora, ganham valor os imóveis de baixa e média renda e perdem os de luxo, a não ser empreendimentos escolhidos a dedo pelas construtoras e incorporadoras. Alexandre Soares, diretor comercial da Habitare, afirma que o mercado imobiliário acusou o golpe em outubro de 2008, quando, depois da falência do Lehman Brothers, em meados de setembro, as vendas caíram quase pela metade. "A Habitare vendia em média 60 apartamentos por mês e em outubro vendeu só 31", lembra. No último trimestre de 2008, foram 90 unidades vendidas ante 130 em igual período do ano anterior.

"Em 2008 registramos um aumento de 30% nos preços dos imóveis. Estamos finalizando um prédio no Bairro Planalto e lá os apartamentos já se valorizaram 5% de outubro para cá. Esse aumento foi além do que esperávamos. Isso acontece porque a oferta de imóveis prontos continua pequena", analisa Soares.

Ainda há crédito

Além de uma oferta que nunca deixou de ser tímida, Ariano Cavalcanti de Paula, presidente da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI), lembra que as restrições ao crédito para o consumo não chegaram aos financiamentos de imóveis, que continuam a ser ofertados pelos bancos com juros que ficaram nos patamares anteriores à crise e até menores, como é o caso da Caixa Econômica Federal, que reduziu a taxação por duas vezes em janeiro.

Segundo ele, antes de se falar em queda nos preços desses ativos, será preciso chegar a uma estabililização, o que não ocorreu até agora, já que o mercado imobiliário brasileiro começou a sair de um longo período de preços deprimidos em 2003. Para este ano, Cavalcanti aposta que a valorização do mercado imobiliário vai continuar, com uma alta de preços mais próxima, porém ainda maior do que o índice de inflação.

Por enquanto, o mundo patina em incertezas e não há porto seguro que ofereça garantias para quem quer que seja. Mas as apostas continuam. Evandro Veiga Negrão de Lima Júnior é incorporador, ou seja, compra terrenos, contrata construtoras para levantar os empreendimentos e imobiliárias para vendê-los. "Não interrompi projetos", garante, embalado pela redução de um ponto percentual na taxa de juros básicos da economia (Selic) e pela promessa de um pacote de medidas para estimular o setor já anunciada pelo governo federal. Fonte: Estado de Minas - 05/02/09

| veja mais | | voltar |
Rua da Paz , nº 1054 | CEP: 79020-250
Telefone: 55 (67) 3326 - 5203 | Campo Grande - MS
secovi-ms@secovi-ms.com.br
 Developed by