Pacote prevê a construção de 500 mil casas populares
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem que vai lançar um programa nacional de habitação nos próximos dez dias para construir 500 mil casas populares. A intenção é estimular a economia e frear a perda de empregos na construção civil, um dos setores mais prejudicados com os efeitos da crise financeira internacional. No Ceará, a indústria da construção civil estima que o Estado pode construir pelo menos 15 mil dessas casas.
"Precisamos gerar empregos. Nessa crise, vamos dizer para os países ricos, que até ontem diziam o que deveríamos fazer, para eles fazerem o que nós estamos fazendo", disse Lula durante evento de inauguração das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio de Janeiro.
Na última sexta-feira, o ministro da Previdência Social, José Pimentel, afirmou que esse novo pacote da habitação seria lançado no próximo dia 11, após o presidente Lula se reunir com os prefeitos nos dias 10 e 11 em Brasília. "O presidente vai se reunir com os prefeitos para propor a construção de um milhão de casas nos próximos dois anos, em 2009 e 2010. Ele vai pedir que as prefeituras dêem o terreno das casas. Essas residências serão para quem tem renda de dois a cinco salários mínimos e os juros serão de 1% ao ano", disse, quando esteve em Fortaleza na semana passada.
O investimento para construir essas casas não foi anunciado por Lula nem por Pimentel mas isso não será problema, de acordo com o ministro. "Está sobrando dinheiro porque o Governo não consegue aplicar. Antes, o presidente atendia às reivindicações dos prefeitos, hoje é ele quem faz a pauta e propõe". O que terá que ser equacionado, segundo ele, é a capacidade de construção dessas casas pelas empresas do setor. "A indústria da construção civil já foi consultada e informou que só tem capacidade para construir a metade, ou seja, 250 mil por ano", acrescentou José Pimentel.
Ceará
Já o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Roberto Sérgio Ferreira, afirma que, caso a distribuição de casas populares seja feita baseada na participação de cada estado no Produto Interno Bruto (PIB) do País, o Ceará receberá algo em torno de 15 mil casas, o que representa 3% das 500 mil habitações anunciadas.
"Quando o setor estava aquecido foram feitas 12 mil casas entre 2007 e 2008. Se o critério for o PIB, daria 15 mil casas para o Ceará, o que é tecnicamente possível. O problema é que é muito dinheiro. Se cada casa custar R$ 30 mil, o que é uma casa muito popular, dá muito dinheiro, mas sem dúvida seria excelente para o setor porque geraria muitos empregos, seria um alento para a construção civil. Se for 50 mil para cá não dá, mas 15 mil, 20 mil é completamente possível",conclui. Fonte: O Povo - 04/02/09
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