Apesar da crise, setor de imóveis vai contratar mais
A crise econômica mundial parece que não vai mesmo atingir o mercado imobiliário capixaba com a força esperada. Quatro meses depois da derrocada do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers, gota d?água para o início da turbulência financeira, o setor, apesar de uma acomodação do mercado, continua contratando e ainda sofre com a falta de mão-de-obra qualificada e de equipamentos.
Hoje, no Espírito Santo, há 26 mil imóveis em construção, e 70% deles já estão vendidos. O prazo médio para a entrega dessas unidades é de dois anos. Com a produção garantida, o risco de desemprego é menor. De dezembro de 2007 a dezembro de 2008 o crescimento do número de trabalhadores da construção civil foi de 11,05% - 57.303 no último mês do ano passado.
Os dados são da Secretaria de Estado do Trabalho (Setades) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) do Espírito Santo.
Para o gerente de Trabalho e Renda da Setades, José Carlos Pigatti, haverá uma manutenção desses níveis em 2009. "Os empreendimentos estão vendidos e as economias local e nacional não devem sofrer grandes baques. Creio que, caso não haja um crescimento, esse nível de empregabilidade se manterá".
Entraves
O diretor de Indústria Imobiliária do Sinduscon, Constantino Dadalto, descarta a possibilidade de crise e ressalta alguns empecilhos para a continuidade do crescimento. "No mercado imobiliário, não houve, não há e tampouco haverá crise. Setenta por cento dos empreendimentos estão vendidos e, portanto, a entrega é garantida. Como as obras são contínuas, as contratações estão abertas, só que estamos tendo dificuldades, principalmente com carpinteiros e pedreiros", lamenta o dirigente.
Quando o assunto é maquinário e material, a situação não é muito diferente. "Cimento não falta, mas andaime, por exemplo, é uma dificuldade. A situação se repete com a falta de maquinário em geral".
Dadalto também reclama dos preços. "As grandes altas que aconteceram foram principalmente nos aços, pelo grande consumo mundial, que forçou aumentos internos. O problema é que mesmo depois da crise e da desaceleração do consumo mundial tudo continua igual. Estamos com dificuldade de fornecimento e os preços continuam subindo".
O diretor do Sinduscon explica que o mercado passa por uma espécie de "acomodação" gerada por uma quebra da expectativa das empresas para os próximos lançamentos. "As empresas estão mais cautelosas, estudando mais o mercado e esperando um pouco mais para fazer os novos lançamentos. Em breve, quando os mercados internacionais começarem a repor seus estoques as exportações voltarão e o mercado vai poder respirar novos ares". Fonte: A Gazeta - 15/01/2009
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