05/11/2008 14:34
Por: secovims

Aumenta procura por imóveis no litoral para a alta estação


À medida que janeiro se aproxima, o mercado imobiliário para aluguel de imóveis para veraneio torna-se mais solicitado. Novembro e dezembro são meses cruciais para se fechar grandes negócios. Para as imobiliárias, o desafio é oferecer imóveis que se adequem ao que busca o inquilino em potencial, que está mais exigente e vem de lugares cada vez mais inesperados, embora o natalense seja ainda o maior fomentador dessa economia.

Segundo o diretor da Imobiliária ECM, Evilásio Morais,“a maior parte dos clientes busca casas, e há uma carência de oferta em relação ao que a maioria procura, que são imóveis com três e quatro quartos, por exemplo”. O litoral sul, como em anos anteriores, é a área mais requisitada, principalmente no trecho que vai da praia de Cotovelo até Barra de Tabatinga e Barreta. Além de serem praias mais próximas à capital, elas oferecem “uma boa estrutura para receber esse fluxo de turistas, com bares, restaurantes, praia boa para banhar-se e outras formas de entretenimento, embora ainda haja serviços deficitários nas áreas de saúde e de saneamento”, diz Evilásio.

Conseqüentemente, é nelas que os corretores apostam todas as fichas para o verão mais badalado do Estado. Os aluguéis variam de R$3 mil a R$20 mil, de acordo com o conforto e opções de lazer agregadas ao imóvel. “Esses valores são parecidos aos do ano passado, não houve alteração significativa. Os clientes mais prevenidos começaram a pesquisa em agosto. Geralmente no final de dezembro está tudo alugado”, explica uma das conselheiras do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio Grande do Norte (Creci) e diretora da Tur Imóveis, Simone Maia.

A promotora de Justiça Sayonara Café, pelo segundo ano consecutivo alugou um apartamento em Pirangi do Sul para passar o mês de janeiro com o filho de 12 anos, Nicholas Café. “Fechei negócio em agosto, não precisei procurar porque já sabia que queria ficar no mesmo local do ano passado. Parcelei R$4 mil em quatro cheques. Meu filho foi quem decidiu a praia, e no mesmo condomínio estarão veraneando outros familiares”, explica. Segundo Nicholas, além de poder encontrar os primos, vários amigos da escola também possuem casas na área. “Temos bastante coisas para fazer, levamos bola e tomamos banho de piscina e de praia” , diz.

“Pirangi promete ser o point do verão tanto em ocupação quanto em opções de lazer. As festas, como o Circo da Folia, funcionamento de pizzarias, bares e outros estabelecimentos que migram de Natal, garantem a diversão dos veranistas de lá e de praias vizinhas. Pirangi possui uma estrutura melhor que as outras praias”, diz Simone. A temporada tradicional ocorre em janeiro, iniciando em 25 de dezembro, e pode ir até o carnaval, o que não vai ocorrer em 2009 porque a festividade será em março. “Os contratos são de um mês de permanência, é difícil fechar negócio com período inferior a esse”, explica Evilásio. “O carnaval em março traz prejuízos, só após essa data é que a economia do país decola”.

O Creci/RN e o Sindicato das Empresas Imobiliárias do Rio Grande do Norte (Secovi) não possuem estatísticas sobre o investimento envolvido nos aluguéis de temporada, segundo suas diretorias. “Além de ser um negócio que é mais feito diretamente com o proprietário, que torna o mercado bastante pulverizado, as imobiliárias são bastante sigilosas quanto aos números”, explicou o presidente do sindicato, Renato Gomes.

Piscina vira item importante

As placas de venda e aluguel estão por toda parte na rota dos principais destinos dos litorais sul e norte. Na praia de Búzios, as placas de venda estão mais presentes do que de aluguel, e a “guerra” entre as corretoras acontece muitas vezes no mesmo imóvel. Segundo Simone Maia, ao contrário do que muita gente pensa, o preço para venda de imóveis não aumenta no verão. Por outro lado, “o aluguel da temporada quadruplica de valor. As pessoas que vendem e alugam esses imóveis geralmente o fazem porque os filhos cresceram e não se interessam mais por este tipo de programa em família”.

Os valores praticamente não alteraram em relação aos de 2007. A permanência para o mçes de janeiro varia de R$1,5 mil a R$20 mil. Os preços são definidos pela localidade, proximidade da praia e estrutura do imóvel, como número de quartos, e etc. “Sendo o point do verão, a praia de Pirangi é a mais requisitada e mais cara. Um kitnet custa no mínimo R$1,5 mil, e as casas mais simples uma média de R$3 mil a R$3,5 mil o mês”, diz Simone. Ela explica que o aluguel predomina no verão, enquanto a venda de imóveis acontece com mais força em março. “O veranista que gostou da praia na temporada se interessa de comprar um imóvel, que pode ser inclusive o mesmo que alugou, se houver disponibilidade do proprietário”.

Evilásio destaca o aumento da procura por casas com piscina, um item que não era essencial há alguns anos. “Tem crescido consideravelmente a procura pelo lazer agregado”. Ele explica que a média da maioria dos aluguéis é de R$3 mil, e alerta para o problema de não cumprimento de acordo. “Acontece do locatário alugar para outra pessoa mesmo depois de ter recebido o calção, que equivale à metade do valor total do aluguel, daí a importância de fechar negócio com uma empresa séria”.

Quem também percebeu o filão do aluguel para o verão foram alguns estrangeiros que passaram por Natal. O italiano Loris Gilioli há dois anos comprou um apartamento à beira mar em Ponta Negra, que na alta estação é alugado para turistas. “Conheço outros estrangeiros da França e da Espanha que fazem o mesmo: alugam o imóvel no Brasil”, comenta.

Ponte nova ajudou a valorizar imóveis no litoral norte

A ponte Newton Navarro, inaugurada há um ano, trouxe novas perspectivas de negócios na alta estação para o litoral norte. Segundo Estélio Batista, morador da Redinha e corretor de casas na região, a obra valorizou 100% a procura por imóveis.

“Já costumava alugar casas para o fim de semana o ano inteiro, até na época de inverno, mas a ponte aumentou a procura”. Ele confirma que a piscina é um item que faz a diferença no preço. “Casas pequenas a meio quilômetro da praia, com piscina, saem por cerca de R$4,5 mil a temporada de dois meses: janeiro e fevereiro. Mas se for à beira mar, algumas custam cerca de R$10 mil ou até mais”. Fora da alta estação, o final de semana em uma casa no litoral norte sai por uma média de R$300.

As praias da Redinha e Santa Rita, por exemplo, possuem uma grande diversidade de serviços e comércio. “Estou reformando minha casa de morada, mas já ofereceram R$5 mil para janeiro, se continuar assim, negocio a minha e alugo uma menor até depois do carnaval. Calculo que na temporada possa ganhar mais de R$10 mil com ela”.

Cresce procura de inquilinos do interior e Centro-Oeste

Segundo Simone Maia, a maioria dos inquilinos da temporada reside em Natal, mas há um número considerável de pessoas do interior do Estado, principalmente das cidades de Currais Novos, Caicó e Mossoró. Além deles, turistas de outros estados, a maioria vem de São Paulo e do Distrito Federal, também alugam imóveis no verão. “O perfil dos clientes é principalmente de pessoas das classes A e B, que dividem o aluguel da temporada com outros parentes próximos. São pais com os filhos e netos, ou irmãos casados com seus respectivos filhos e cônjuges”, define.

Evilásio Morais, da ECM Imobiliária acrescenta que esse ano houve um crescimento na procura de casas por parte de turistas da região centro-oeste, como Distrito Federal e Goiânia. “Acredito que isso se dá devido à grande divulgação do Estado no Brasil inteiro, à mídia, que mostra o desenvolvimento do RN e Natal como sendo a capital onde mais se investiu no setor imobiliário”, diz Evilásio Morais. “O aumento do poder aquisitivo do brasileiro também pode ter sido um fator determinante nesse processo”.

Em relação aos clientes do interior, ele explica que são na maioria famílias numerosas, ligadas ao setor boneleiro (que fabricam bonés). Os veranistas de Natal, por sua vez, trabalham no ramos industrial, são profissionais liberais ou comerciantes. “E esse ano há ainda turistas do município de São Bento (PB), que querem casas para o carnaval”.

Em alguns casos, enquanto a família permanece na casa de praia, o chefe de família vai diariamente à capital para trabalhar. “O litoral sul é próximo à Natal e não possui os problemas com o trânsito como a zona Norte, que não foram totalmente solucionados com a construção da ponte nova. Por outro lado,quem veraneia no litoral norte são mais proprietários desses imóveis, e usufruem mais do bem do que os do sul”, explica Evilásio. Mas há também ex-turistas que se mudaram definitivamente para essas praias, pessoas do Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo. “Para eles, a distância da capital é pequena, estão acostumados ao trânsito e a distância do local de trabalho”. Fonte: O Tribuna do Norte - 02/11/2008

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